Curadoria para exposição da artista Guga Szabzon na galeria Superfície.
De dentro do território que um Atlas pretende descrever, salta seu próprio limite.
Do inverso do Atlas que contém um todo de indícios, vaza um salto para a certeza do inédito. Do vazio de direção que um salto promete, vê-se o desenho preciso num traço. De uma sacola de destinos possíveis, salta a fortuna.
Isto é mais ou menos certo. Só receberá certificado quando, passado o conjunto de planos de que são feitos os mapas, restar este emaranhado de fios, que só projeta e protege quem se arvora.
Em uma das imagens que cai do arquivo que se desfaz nesta exposição, segundo me dizem (não imagino o motivo que teriam para mentir), pode-se ler em alemão:
"O planeta mais conhecido".
Similar ao ato da figura que dispõe a faixa que anuncia este território como planeta é a de quem se dispõe a exibir fragmentos do arquivo. De cima de uma escada, o passo atrás necessário para uma vista abrangente, um passo em falso no vão da obra em curso.
Exposição inclui o momento do salto, o de deslocar-se do limite que se habita e projetar-se para um ponto imprevisível. O lugar da novidade, pois o mapa investe apenas no previsto. E a frase a certificar isto se pode ler no pequeno livro intitulado
El Mar, que antes de cair, revelo aqui e agora, habitava a borda da janela:
"En las noches muy oscuras veíamos seres que no podíamos identificar. Siempre hay novedades en los mares".
E sobre o mundo o tal livro diz (e não imagino o motivo que o livro teria para mentir): La tierra es redonda y el agua recubre las tres cuartas partes de su superfície. Esto es más o
menos cierto. (...)"
Segundo nossa pobre educação, o mar é muitas vezes onde terminam os mapas, já repararam? Seu avesso. Aquele que arrisca um salto no mar, está perdido (mas só por que o
Atlas não o encontra). A depender do livrinho, e a depender de quem achá-lo, aquele que salta se ocupa das novidades do mar. Um dia volta para nós com um mapa, dado que
estamos perdidos. E isto é mais ou menos certo.
Gilberto Mariotti
De dentro do território que um Atlas pretende descrever, salta seu próprio limite.
Do inverso do Atlas que contém um todo de indícios, vaza um salto para a certeza do inédito. Do vazio de direção que um salto promete, vê-se o desenho preciso num traço. De uma sacola de destinos possíveis, salta a fortuna.
Isto é mais ou menos certo. Só receberá certificado quando, passado o conjunto de planos de que são feitos os mapas, restar este emaranhado de fios, que só projeta e protege quem se arvora.
Em uma das imagens que cai do arquivo que se desfaz nesta exposição, segundo me dizem (não imagino o motivo que teriam para mentir), pode-se ler em alemão:
"O planeta mais conhecido".
Similar ao ato da figura que dispõe a faixa que anuncia este território como planeta é a de quem se dispõe a exibir fragmentos do arquivo. De cima de uma escada, o passo atrás necessário para uma vista abrangente, um passo em falso no vão da obra em curso.
Exposição inclui o momento do salto, o de deslocar-se do limite que se habita e projetar-se para um ponto imprevisível. O lugar da novidade, pois o mapa investe apenas no previsto. E a frase a certificar isto se pode ler no pequeno livro intitulado
El Mar, que antes de cair, revelo aqui e agora, habitava a borda da janela:
"En las noches muy oscuras veíamos seres que no podíamos identificar. Siempre hay novedades en los mares".
E sobre o mundo o tal livro diz (e não imagino o motivo que o livro teria para mentir): La tierra es redonda y el agua recubre las tres cuartas partes de su superfície. Esto es más o
menos cierto. (...)"
Segundo nossa pobre educação, o mar é muitas vezes onde terminam os mapas, já repararam? Seu avesso. Aquele que arrisca um salto no mar, está perdido (mas só por que o
Atlas não o encontra). A depender do livrinho, e a depender de quem achá-lo, aquele que salta se ocupa das novidades do mar. Um dia volta para nós com um mapa, dado que
estamos perdidos. E isto é mais ou menos certo.
Gilberto Mariotti